um menino de oito anos surgiu grudado ao corrimão enquanto eu descia os degraus circulares de um edifício comercial no horário de almoço. escolhi as escadas por medo do elevador cujas portas se fecham rápido demais. o menino me seguiu do quarto ao primeiro andar; senti que era um daqueles inimigos pequenos dos videogames: uma gota branca com olhos verticais e helicóptero no boné.
31.8.07
- ana guadalupe às 13:59 2 comentário(s)
em videogame
28.8.07
22.8.07
cinco minutos a viuvinha
não quero te fazer infeliz nunca mais
roubar seu computador
com o pretexto de fazer amigos
concluir o mestrado
não quero te fazer maldades tão cedo
levar todos os seus eletroeletrônicos
em caixas de achocolatado
antes que você volte do trabalho
pra não sentir remorso
por te abandonar sozinho
sem móveis e com medo
sem alguém de temperamento difícil
pra amar
sozinho com seus próprios
pés repletos de frieiras
e a falta de alguém
pra te fazer
massagens
maldades
de novo
21.8.07
há fantasmas no espelho
e olham meu medo de olhar no espelho
estou dizendo há fantasmas e tremo
e atiro fugas nos olhos do espelho que não quebra
e insiste em devolver a feiura que recuso
me oferece o que sou
a mim que vejo apenas o que aceito
aceito rugas e dentes amarelos
e cabelos brancos e cicatrizes
não a minha pequeneza que escondo
encontro menos que uma frágil pista
que me dou e que me nego
uma impressão digital deixada no espelho
bem na altura do meu olho cego
jeferson nunes
- ana guadalupe às 11:08 0 comentário(s)
em leituras
7.8.07
sabor artificial morango
ensinaram
que não se chora
no trabalho
que em dia de chuva
não se usa branco
é uma pena
não ter aprendido
a compartilhar
as bolachas rellenas
os beijos enviados de volta pra linha reta que me une a você
- ana guadalupe às 15:59 0 comentário(s)
em poemas
2.8.07
nunca escreveram um poema pra mim
ana
de tanto gostar imenso
sei até de cor,
a cor dos teus cílios.
o espelho é a alma lá dentro:
(palinódia, palíndromo.)
rodrigo césar carreira
- ana guadalupe às 17:10 3 comentário(s)
em leituras