26.5.11
13.12.09
24.9.09
colar de consoantes
no final do ano eram maiores
os quadris
as calçadas
o comentário inesperado sobre uma atriz de cinema
e o vento
dentro do carro examinava
um colar com as letras metálicas
do seu nome
- ana guadalupe às 22:19 0 comentário(s)
16.7.09
poema do vento

- ana guadalupe às 12:15 1 comentário(s)
30.6.09
sinédoque, nova iorque
mesmo que mude de opinião amanhã, hoje - terça, 30 de junho - respeito bastante esse 1º filme do charlie kaufman como diretor. o mesmo vale para o diretor da história dentro da história, interpretado pelo phillip seymour hoffman, com sua tentativa utópica (embora inevitável) de aproximar ficção e realidade, numa projeção generosa também da realidade fora do filme. charlie kaufman deve pensar bastante nesses limites, já que seus roteiros anteriores também tratam das manifestações físicas das coisas da cabeça.
There are nearly thirteen million people in the world. None of those people is an extra. They're all the leads of their own stories.
verdade assustadora.
- ana guadalupe às 20:42 0 comentário(s)
24.6.09
escorpião escarlate
ele é divino, esperto, genial
é o paladino 100% nacional
- ana guadalupe às 19:45 0 comentário(s)
11.5.09
8.4.09
notas pra vida toda
uns dias atrás assisti ao documentário this filthy world. trata-se do john waters sozinho num palco, falando durante mais de uma hora sobre a infância, cultura pop e, naturalmente, os filmes que dirigiu. transcrevo aqui (na falta de coragem pra traduzir) alguns dos trechos mais inspiradores dessa palestra motivacional da IMUNDÍCIE.
All young people need somebody bad to look up to.
When I was a child, the holy trinity to me was the Wicked Witch of the West; Rhoda Penmark, the child murderess in “The Bad Seed”; and Captain Hook. I prayed to these people.
The Wicked Witch… I was in drag only once in my life and that was as the Wicked Witch. I went to a children’s birthday party and I raised a few parents’ eyebrows, but it wasn’t so much I wanted to wear a dress, (…) but because I wanted to have green skin – something you can see as coming true.
I was the only kid in the audience who didn’t understand why Dorothy would ever want to go home – it was a mystery to me. To that awful black and white farm, with that aunt who was dressed badly, smelly farm animals around, when she could live with wing monkeys and magic shoes and gay lions. When Dorothy would be clicking her heels together, I would be the only child in the audience sobbing uncontrollably.
--
As a kid, the library saved my life. I mean, most everybody here likes the library, many of you probably had your first sexual experience at the library. (…) We have to make books cool again. If you go home with somebody and they don’t have books, don’t fuck them. And DVDs don’t count either. I had a plumber that came at my house and he looked around and said “ahh, do you read all these books? I hate read. Turning those pages right to left, right to left, right to left…”.
Even as a kid I would go to the library and look at the card catalog and I’d look up things I wanted to read (…) and then it would say “see librarian”. And that pissed me off. So I found out where the “see librarian” books were behind the counter and I stole them, while they were talking to the regular children. So that just goes to show that if you’re a librarian today and a kid asks for “Naked Lunch” and he’s seven years old – if he’s heard of it then he’s old enough to read it.
--
(On his early movies) Next came “Roman Candles”, which was very much influenced by “The Chelsea Girls” (…). It was basically just home movies of my friends like Mink Stole shoplifting and wearing outfits they’d stolen from the paraphernalia boutique in New York. We were really good shoplifters. I had a special coat for records - and I don’t feel bad, because they’re the same records I pay 25 thousand each today to put in soundtracks to my movies. So they got it back, it only took forty years.
Divine was really good. I saw Divine walk out of a department store once holding a chainsaw and a TV. No one said one word actually.
- ana guadalupe às 23:48 1 comentário(s)
16.3.09
gabinete
ontem à noite fui no pedro. ele comentou sobre pink flamingos
e depois fomos visitar o alex e assistimos o nosferato
nosferatu
isso
u
nunca vi
mas queria
ando com bastante vontade de ver filmes de terror
tenho ze do caixao
o pedro comprou o gabinete do dr. caligari
sei que vc tem
eu sempre quis ver o gabinete, mas nunca vi
eu nunca vi tbem
quer ver?
eu pego la
com você?
eu não
aí você me mata
e quebra meus cds
é. ajo sempre de maneira irrefletida
possivelmente quebraria seu pescoço num acesso de furia
- ana guadalupe às 20:43 0 comentário(s)
em cinema
17.2.09
classificados
já que toquei no assunto da mudança, aqui vai mais um anúncio!
o quarto econômico e bem localizado que eu pretendia alugar em são paulo, o velho sonho da recém-formada, não será meu. fiquei sabendo hoje que o dono do cômodo desistiu de se mudar.
então procuro (susan) desesperadamente um novo lugar. se souberem de alguém que pretende dividir apartamento, me avisem. moro com estranhos há seis anos e sou bastante silenciosa.
- ana guadalupe às 19:31 3 comentário(s)
em cinema
15.2.09
detetive dos trailers
por conta de uma mudança, estou doando minha inútil e querida coleção de filmes VHS: mais ou menos 100 fitas que achei no lixo, ganhei ou comprei por no máximo 2 reais durante os últimos anos, incluindo joe & as baratas, louca obsessão, a morte lhe cai bem, uma equipe muito especial, amityville 4 e outros trambolhos.
mas nem tudo é desapego.
numa dessas madrugadas descobri que não preciso mais me preocupar em manter viva a memória dos clássicos pessoais, já que existe o videodetective, um banco de dados de trailers oficiais que estavam quase caindo no esquecimento.
nós não vamos esquecer vocês! nunca!
(louca)
- ana guadalupe às 01:35 10 comentário(s)
em cinema
4.12.08
21.11.08
wes
mentirosa você disse que não gostava de wes anderson
sério não entendi?
acho que eu influencio o gosto das pessoas ao contrário às vezes
sabe, né? não precisa explicar, né?
eu comi um pêssego enorme agora há pouco
não sabia que existia pêssego tão grande
pêssego mancha?
kd vc
vou tomar meus comprimido tudo tchau
eu não gosto de wes anderson
mas gostei muito do darjeeling
e preferi falar sobre ele sem ficar com aquela frescura de
"nunca gostei de wes anderson, mas"
não é frescura.
até porque todo mundo gosta.
ah, vamos ser normais,
vamos gostar do que todo mundo gosta
sei lá eu vi tenenbaums e aquele do steve zissou mas nem aluguei esse aí.
acho que vou ver agora.
- ana guadalupe às 01:21 4 comentário(s)
em cinema
20.11.08
viagem
de todas as generalizações a respeito dos filhos únicos, uma é verdadeira: filhos únicos de fato sentem inveja de irmãos.
pares, trios, quartetos. o quinteto.
little women. irmãs gêmeas que se reencontram. bandas com membros de mesmo sobrenome.
se uma das grandes agonias da vida é arranjar boas companhias, o sortudo cidadão cuja mãe não tomou pílulas tem, no mínimo, uma: alguém com quem compartilha características, memórias e década de nascimento, sem esforço algum.
lá está o filho único, no vazio do seu quarto individual, na paz tediosa da ausência de brigas, com as barbies todas vestidas e os tabuleiros dos jogos inutilmente abertos, sem sobrinhos pra toda a eternidade.
talvez ele visite vários países e salte de pára-quedas e faça tatuagens e planeje sua própria família com uma mesa enorme pra almoços politicamente corretos pra oito - mas ele nunca terá irmãos.
(vamos parar com o drama)
é por isso que filmes de irmãos sempre me doem
(não consigo).
eu provavelmente não terei filhos, mas, caso tenha, cuidarei pra que ganhem companhia genética pra coisas como abandonar as malas quando o trem tá indo embora.
e viagem a darjeeling é muito legal.
assistam.
- ana guadalupe às 23:27 3 comentário(s)
em cinema
23.10.08
caindo na real
estou no inferno astral e sem internet.
estou no inferno astral, sem internet e, apesar dos esforços, não sou a winona ryder.
admiro aqueles que, quando nada dá certo, mantêm o bom humor.
ajustam os óculos na parte do meio, nunca as dos cantos, e lêem.
quem lê viaja.
os livros lá em casa (estou numa lan house chamada tribal, dentro do supermercado) esperam, são pacientes, mas toda vez que tento abrir o armário voam na minha cara uns papéis com desenhos feitos a lápis e dedicatória, dois pontos e, ai, meu nome.
imediatamente esqueço os livros e olho pros papéis durante horas.
9.10.08
16.9.08
tá chegando a hora
por falar em sylvia plath, ela nasceu no mesmo dia que a minha mãe. no dia 27 de outubro também nasceram roy lichtenstein, kelly osbourne, patrick fugit, theodore roosevelt, graciliano ramos, maurício de souza e luiz inácio lula da silva (!).
e no meu, dia 6 de novembro, foram jonathan harris (do perdidos no espaço), sofia de melo breyner andresen (quem?), sally field ("nunca sem minha filha"), billy idol, ron underwood, ciro gomes, daniela cicarelli, rebecca romijin-stamos, o serial killer david parker ray, ethan hawke (meu mini-poster preferido da revista carícia uau) e a atriz pornô brasileirinha monica mattos (!)
ah, o que dizer dos escorpianos?
- ana guadalupe às 00:16 10 comentário(s)
29.6.08
perfume de espíritos, tomates que brilham, eternamente sereia, edward grape, gilbert mãos de tesoura
alguns dias atrás, ansiosa zapeando a tv do jeito mais rápido possível, esbarrei com o al pacino cego (sim) ensinando tango à moça. depois ou antes, entre um canal e outro, o encontrei de novo numa conversa tensa com seus familiares. foi o bastante pra chorar de emoção. não sei se pelos meus seis anos e a ignorância das balas, meus 13 anos e qualquer outra coisa, minha mãe, que nem é cega, seu antigo caso de calças vermelhas e as amigas com quem perdeu contato ou, sei lá, o chris o'donnell - que nunca mais fez filmes - e o al pacino, que parecia muito cego (mas sabemos que não era).
- ana guadalupe às 16:59 13 comentário(s)
em cinema
28.5.08
top 5 filmes arruinados pelo bom-mocismo
lars é um cara solitário que mora na garagem e nunca teve uma namorada. de uma hora pra outra, ele compra uma boneca de tamanho real e estende o papel específico (ignorado por ele) de bianca a uma convivência absurda com a comunidade local. o pessoal da cidade é de uma tolerância de arrancar lágrimas. e isso só contribui pro lars ser um total idiota.

- ana guadalupe às 20:49 0 comentário(s)
em cinema
12.5.08
da vontade de engolir
I love you so much I could eat you
é a frase de impacto desse filme chamado trouble every day (aqui desejo & obsessão, pelo menos não é desejo proibido), dessa diretora francesa chamada claire denis (agradecimentos à mona lisa), com o vincent gallo num habitual personagem de sobrenome brown e essa história de gente faminta que serve de metáfora para a falta de limites do amor & os brindes que sempre vêm com ele.
a gente não devia gostar de ver gente sofrendo tanto por amor (e sangrando litros), o que é mesmo um problema diário - e a gente gosta. outra incoerência inevitável e sincera é que um filme tão brutal seja também tão delicado. e ainda tem a trilha sonora do(s) tindersticks:
- ana guadalupe às 13:40 14 comentário(s)